Joanete: seu sapato apertado pode ser um grande vilão

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Agosto de 2024

Joanete: seu sapato apertado pode ser um grande vilão

Quem não conhece a fábula do sapatinho de cristal da Cinderela? Pensando bem, talvez ele não fosse lá muito confortável. Muitos de nós ainda não pensamos em cuidar dos pés da mesma forma como fazemos com o rosto, as mãos e a pele em geral. Não deixe que respirem e/ou que tenham um espaço razoável dentro dos calçados, além de inclinações e saltos muito altos, podem causar mau cheiro, dores e lesões diversas.

Hoje vamos falar sobre a joanete, um grande incômodo para os pés. Para entender, evitar ou tratar, comece lendo abaixo!

O que é?

O joanete é uma alteração bastante perturbadora, caracterizada pelo desvio do dedão do pé, a saliência surge em sua base, no sentido dos demais dedos, ou então por uma calosidade na borda externa do pé, logo ao lado do 5o. dedo, o mindinho. No primeiro, também conhecido como hálux valgo, o desalinhamento ocorre entre o primeiro metatarso e a falange do dedão.

O outro caso, de nome joanete de Sastre ou bunionette e chamada popularmente de "joanete de alfaiate", costuma ser o mais frequente. Da mesma forma, crianças e adolescentes podem sofrer dois tipos. Quando ocorre, há uma fantasia de ser identificada como "joanete juvenil".

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Causas e sintomas

Quais são os fatores que favorecem o aparecimento da joanete?

  • Genética e gênero: além de ser mais comum entre as mulheres, a herança familiar direta (mãe, irmãs e avós) pode ser um sinal determinante e exercer sua predisposição sobre todos os itens abaixo.
  • O uso de calçados apertados e que causam desconforto: o sexo feminino tem risco muito mais elevado de desenvolver a joanete também por conta deste hábito. Colocar toda a estrutura dos pés em posições antinaturais por tempo prolongado, salto alto e principalmente sapatos de bico extremamente fino, podem causar desequilíbrio e abrir espaço para danos conseqüentes.
  • Outras regiões desalinhadas dos pés, como folgas de mobilidade na parte articular traseira e/ou lesões prévias na articulação que forma o dedão ou o dedinho.
  • Envelhecimento e enfraquecimento do corpo, tecidos e estruturas do organismo com a idade mais avançada.
  • Movimentos de repetição ou funções que exigem longos períodos de pé, realizados durante o trabalho.
  • Artrite reumatóide e outras doenças da mesma ordem.
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Quais são os principais sintomas?

A protuberância formada na base do dedão ou dedinho a partir do desvio dos mesmos é um sinal impossível de ser ignorado, que pode se iniciar com surto e ocorrência. Causa dores, limitações severas e até a impossibilidade de calçar sapatos fechados. Perceba que os outros dedos podem sofrer alterações em suas posições (muitas vezes até pela questão de compensação do peso para poupar o local da lesão). Por vezes, a articulação perde a sua flexibilidade. Assim, não é raro apresentar complicações para um simples caminhar.

 

Cuidados

O que pode ser feito para ter uma boa qualidade de vida? Existe algum tratamento eficaz, cirúrgico ou não? 

Tratamento para não avançar

Sem rodeios, não vamos esconder que os tratamentos existentes têm a única função de amenizar as dores e contribuir para que a mobilidade seja menos afetada. Este efeito analgésico pode ser exercido por:

  • Conforto: sem uso de sapatos e palmilhas ortopédicas personalizadas mais folgadas, de tecidos menos rígidos e largos na parte frontal. A suspensão do uso de saltos altos, os menores, depende da gravidade da operação e da intensidade do desalinhamento, podendo ser calçados.
  • Tratamento fisioterápico: por meio do fortalecimento muscular de todo o pé. Visa trazer novamente o equilíbrio para todas as estruturas da área, evitando incômodos e melhorando os movimentos.
  • Analgesia direta: aplicação de frio no local, com o uso diário de gelo por alguns minutos. 

Outras abordagens podem ser encaminhadas a partir da consulta e avaliação com profissional ortopedista, de preferência especialista em pés.

Quando a cirurgia é indicada? 

O desvio do dedão ou mindinho é muito severo. O chamado calombo traz problemas para calçar qualquer sapato fechado. Há também o risco de desalinhamento afetando os outros dedos, pois o indivíduo adulto já convive com o problema por anos. Além disso, os tratamentos paliativos parecem não oferecer conforto e uma boa qualidade de vida. Para a maioria desses casos, a cirurgia corretiva seria a melhor solução. Os exames de imagem costumam complementar o panorama. Para assim, uma equipe médica tomará a decisão sobre a necessidade de uma intervenção invasiva ou não.

Importante: é prudente aguardar o desenvolvimento esquelético completo da criança ou adolescente que apresenta hálux valgo ou bunionette. Apenas após esta etapa, você deve passar a considerar a possibilidade de uma cirurgia. Existe uma dúvida muito comum ao emparelhar sobre a cirurgia para correção de joanete; o procedimento resolve o problema em 100% das vezes?

Além de sempre ser preciso considerar e observar a técnica ideal para o tipo e estágio da lesão e os cuidados para o período de recuperação, é um fato: Quando o hálux valgo ou joanete de Sastre é proveniente de herança genética, pode ocorrer o retorno futuro de sua formação, ainda que uma pessoa seja submetida a uma cirurgia.

 

Separador de dados: mito ou verdade?

Os espaçadores e/ou bandagens de material elástico não fornecem a correção da joanete, por mais tempo que sejam utilizados. Portanto, é um grande mito pensar que usá-los vai colocar a parte óssea em seu devido lugar. Porém, podem desempenhar papel importante na recuperação de uma eventual cirurgia.

A sua função: garantir o endireitamento realizado no procedimento cirúrgico, dando ao organismo o tempo adequado para que seja possível assimilar os tecidos no posicionamento habitual.

Tipos de tênis e sapatos indicados (e proibidos)

Você já deve ter reparado que a questão principal aqui é o conforto, certo? Desta forma, o primeiro passo é escolher um calçado de material e formato confortável. Que não aperte, não faça pressão nas articulações, dedos, e principalmente, no joanete. Então, recomendamos privilegiar calçados ortopédicos mais abertos e com o bico arredondado. Fuja de sapatos com saltos altos e bicos finos.

Para os tênis, vale a mesma regra: anatômico, de material mais flexível (mas que ao mesmo tempo dê firmeza e sustentação) e tamanho que proporcione uma folga adequada. Portanto, sem parar e causar atrito para o osso e a lesão. Calça tênis ou sapatos, complementa o conforto com palmilhas sob medida para proteger sua calosidade.

A prática de exercícios influencia no joanete?

O peso do corpo é um fator importante. Naturalmente, esse peso sobre a lesão/pé, em atividades com impacto, pode ser um agravante. Em muitos casos, uma pessoa que sofre de hálux valgo ou joanete de Sastre apresenta dificuldades para se locomover, com falta de estabilidade e dores. Isto pode ser um problema. O fato de precisar usar um calçado fechado, dependendo da prática esportiva, também pode atrapalhar.

Entretanto, de acordo com o grau da joanete e o esporte escolhido, é possível praticar e ainda se beneficiar. Veja: seguindo certos cuidados, a prática esportiva pode ser uma aliada, a força e a mobilidade podem ser aprimoradas, dando aos pés e à base do corpo uma melhor estabilidade.

Por exemplo, o pilates e a hidroginástica, além de não causarem sobrecarga à lesão, ainda atuam como um tratamento. Fornecem trabalho de equilíbrio e fortalecimento muscular e ósseo, gerando impacto zero.

O tênis para a prática esportiva é outro ponto essencial; são 3 os aspectos fundamentais:

  • Sem abertura: posição natural dos pés e articulações
  • Sem atrito: tecidos que não machuquem o osso e a calosidade
  • Conhecer o tipo de pisada: para que então o equipamento esportivo (tênis) adequado a ela faça o balanceamento, preservando a postura

Aliás, manter uma boa postura ao andar, sentar-se, deitar-se e praticar esportes significa distribuir o peso de forma mais uniforme. Assim, deixando de sobrecarregar lesões já existentes, como por exemplo a joanete, ou mesmo ocorrendo na prevenção de eventuais problemas ósseos ou físicos. Por fim, mais um pouco de cautela não fará mal. 

Alguns acessórios adicionais, como protetores específicos e palmilhas de boa qualidade, podem fornecer um conforto extra e tirar uma possível preocupação. É um cuidado, a fim de manter o foco no esporte e todos os seus benefícios. Como vimos, o cuidado vem primeiro. É possível vestir-se com sofisticação sem abrir a mão do conforto. Esteja você falando inglês (joanete), espanhol (juanete), italiano (borsite) ou até mesmo francês (oignon) durante os Jogos Olímpicos ou visitando atrações turísticas, não use sapatos apertados.

Principalmente nestas graças, andando grandes distâncias. Mas também no dia a dia e no trabalho. Não sacrifique os seus pés ou agrave a condição da joanete. Aprenda quando aliviar e quando bater o pé. Isto serve também para diversas situações da vida.

Relaxe, ande leve e preste atenção aos sinais. Pise com os pés descalços sempre que possível. Na Natureza, melhor ainda. A areia e a terra fortalecem os dedos e as articulações.

Que seus passos sejam firmes em direção aos sonhos. Porém, confortável.

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“ESTE TRABALHO É EDUCATIVO E NÃO SUBSTITUI AS ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES MÉDICAS”

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