14 de novembro - Dia Mundial do Diabetes

Qual é a importância de dados como esta?

Imagine que você acaba de passar pela recepção da sua empresa no horário de almoço e está esperando o elevador chegar. Enquanto isso, aparece uma pessoa desconhecida. Ela se apresenta e começa a mostrar diversas informações novas que podem ser do seu interesse, ou mesmo de familiares e amigos. Invariavelmente, os dados são de interesse público, do coletivo.

Então, além da conscientização e maior alcance do tema, essa exposição em campanhas e meios de comunicação coloca em evidência uma doença, neste caso o diabetes, cujo número de pacientes segue em alto. O índice mais recente combinado entre o Censo 2022 do IBGE e o estudo do Ministério da Saúde aponta para uma estimativa de cerca de 20 milhões de pessoas liberadas com diabetes. Desta forma, chegamos a mais de 10% da população brasileira nessa condição, fato corroborado pela IDF, Federação Internacional de Diabetes.

Vamos aprender mais sobre a doença? E entenda como podemos prevenir, tratar e ajudar!

O que é diabetes?

Eis uma definição bastante objetiva, a fim de não deixar dúvidas: A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, responsável pela regulação da glicose no sangue. É isso que distribui a energia que precisamos para as tarefas do dia a dia, é o alimento das nossas células. Quando sua quantidade não é suficiente, ou não é absorvida pelo organismo, o diabetes é classificado.

Tipos

E agora? Como é subdividido o diabetes? Talvez você já tenha ouvido ou lido um nome diferente associado à doença e é por aí que começaremos. Diabetes Mellitus seria como o nome e o sobrenome; mellitus, traduzido do latim, significa mel e traz uma alusão à característica adocicada da urina de uma pessoa diabética. Quanto aos tipos, são 4 as mais divulgadas:

1. Tipo 1: não tão comum (5-10% dos casos), aqui temos a forma autoimune do diabetes, o sistema imunológico ataca e derrota as células do pâncreas produtoras de insulina. Como resultado, maior glicose na corrente sanguínea, de maneira desordenada. Ocorre principalmente na infância e adolescência.

2. Tipo 2: aqui, o quadro mais frequente é o seguinte: as células tendem a oferecer resistência à atuação da insulina. Por vezes, também há esta combinação com a baixa produção de hormônios. Acontece mais a partir dos 40 anos, sendo o tipo de diabetes mais divulgado. O estilo de vida (como o sedentarismo) e a genética costumam estar associados ao seu surgimento, que é mais silencioso no que diz respeito aos sinais. Inclusive, quando o diabetes já está descompensado, a demora/dificuldade na cicatrização de lesões é uma promessa importante, além dos sintomas que verificaremos mais abaixo.

Vamos acompanhar? Mas antes, veja outras duas classificações:

3. Diabetes gestacional: uma gestante que nunca apresentou diabetes, manifesta a doença ao longo (mais comum a partir da 24a. semana) da gravidez. Geralmente, ela cessa logo após o parto. O fator hereditário, a alimentação pouco saudável, a gordura e o açúcar em excesso e o sedentarismo, costumam ser preponderantes no prejuízo da relação insulina x glicose no organismo, também neste tipo.

4. Diabetes secundário (tipos 1 ou 2): derivado de outras doenças, como do sistema endócrino, do pâncreas ou mesmo por conta da administração de remédios da classe dos corticoides.

Sintomas e diagnóstico

Quais são os sinais que podem indicar um quadro de diabetes? De maneira mais recorrente, temos:

• Sensação de sede em excesso
• Necessidade maior de urinar
• Queda no peso corporal, mesmo por muitas vezes associada ao apetite aumentado
• Visão atrapalhada por uma espécie de neblina

Tenha atenção, é importante frisar: a manifestação de sintomas geralmente não aparece de início. Por isso, é importante realizar uma verificação periódica de glicemia e urina (entre outros) e conversar em consulta com profissionais de clínica médica ou endocrinologia, até mesmo para o diagnóstico antecipado de uma condição de pré-diabetes. Tudo isso favoreceria um eventual tratamento.

Deve-se ter essa conduta, sobretudo ao apresentar algumas/destas características, tais como:

• Parentesco de primeiro grau (pai, mãe, irmãos com diabetes)
• Hipertensão arterial
• Sedentarismo e/ou obesidade
• Colesterol elevado
• Idade superior a 45 anos
• Mulheres: diabetes gestacional aviso/síndrome dos ovários policísticos

O caminho da prevenção

Adquira cultivar bons hábitos e utilize-os a seu favor. O estilo de vida é um poderoso aliado (ou inimigo) contra a manifestação de doenças diversas. As atividades repetidas dia após dia, incluindo as refeições e as formas de entrega do corpo, previnem mais homens do que podemos imaginar.

Quais são as complicações do diabetes?

A lista é longa e perigosa. Não basta o grande número de danos causados ​​pelo acometimento do diabetes, alguns possíveis desdobramentos da desregulação dos níveis de glicose no sangue são preocupantes:

• Riscos para o coração e o sistema circulatório, maiores incidências: hipertensão arterial, aterosclerose, infarto, AVC e trombose
• Baixa imunidade, ocasionando mais cura e infecções diversas com frequência
• Gordura no fígado
• Problemas de retina, glaucoma e até cegueira definitiva
• Insuficiência renal com necessidade de hemodiálise
• Disfunção erétil
• Risco maior de aborto e complicações no parto, no caso de diabetes gestacional

Relação diabetes x estilo de vida

Uma receita para uma vida saudável nunca falha; Recomendamos praticar diariamente o bom funcionamento do organismo e a prevenção de problemas. Para evitar um quadro de diabetes ou mesmo lidar com uma doença já instalada, a necessidade de um plano de ação é essencial. Sabendo que o sedentarismo, a obesidade, a pressão sanguínea e o colesterol altos são condições de risco para o diabetes, deve-se seguir um programa de dieta adequado (muitas fibras, frutas com casca, cereais integrais e verduras frescas, cortando os ultraprocessados, doces e frituras), aliado aos benefícios da atividade física.

Os exercícios regulares desempenham, nunca é muito repetido, ganhos significativos para uma boa qualidade de vida. Vamos focar em alguns que deixam o diabetes mais distante:

• Regulação dos níveis de açúcar na corrente sanguínea e da resistência à atuação da insulina
• Promoção de melhoria no sistema circulatório
• Diminuição do colesterol e pressão arterial
• Perda de peso e gordura visceral

Alimentação "medicinal"

Além de controlar o índice glicêmico, o açúcar no sangue, com as mudanças acima, alguns alimentos podem minimizar o emprego de medicamentos orais ou injetáveis, quando necessário. Quais alimentos geram aumento de insulina? Esta questão pode ser uma armadilha. Saiba escolher os alimentos e entender o porquê.

Os grupos acima citados, fibras, grãos integrais (arroz e quinoa) e leguminosas (batata-doce), mexem com a insulina de uma maneira benéfica. Ao realizar a liberação de glicose lenta e gradualmente na corrente sanguínea, ocorre uma regulação natural da insulina, deixando o organismo em harmonia. Por outro lado, os alimentos compostos de carboidratos orgânicos, como bolos (doces variados), pães brancos, massas (incluindo pizza), batatas, arroz branco, além de refrigerantes, mel, biscoitos recheados e sorvetes, costumam causar os chamados picos de insulina , dada a rapidez com que o açúcar chega ao sangue.

O diabetes precoce

Como vimos anteriormente, o diabetes com pouca idade pode se manifestar na forma autoimune (tipo 1). No entanto, devemos observar outros aspectos.

Infância e adolescência - hereditário ou hábito?

Vamos ficar com as 2 hipóteses? Veja a explicação. Uma criança ou adolescente pode ter hábitos de vida ruins, os quais sempre podem ser aprimorados. Muitas vezes estão replicando o estilo de vida adotado pelos pais, sedentarismo, alimentação pobre em nutrientes etc, ou mesmo quando não há supervisão de adultos, aquela presença constante em suas vidas. Já sabemos quais podem ser as consequências para a saúde (inclusive para uma eventual criança ou adolescente diabético).

Além disso, existe também um tipo raro de diabetes ligado à genética, à parte do histórico familiar. Veja a seguir.

O diabetes MODY, diabetes de início na maturidade dos jovens, em tradução livre, é um tipo originado por mutações em um só gene herdado de um dos pais. Assemelha-se ao tipo 2 e costuma aparecer antes dos 25 anos de idade. Os sinais mais comuns:

• Muita sede
• Infecções regulares
• Necessidade constante de urinar

O diabetes e a vida profissional

Quais são os cuidados no dia a dia? Primeiramente, hidratar-se. Ingerir cerca de 2 litros de água por dia, desde o momento do despertar, faz uma boa parte do trabalho de manutenção dos níveis adequados de insulina. Manter o diabetes sob controle requer certas precauções. Para isso, o planejamento é uma peça-chave. Da mesma forma que o diabético procede quando está em casa, precisa fazê-lo ao sair. Especialmente ao passar muitas horas fora, como por exemplo, exercendo a sua atividade profissional.

Então, qual seria um roteiro importante para cumprir? Vamos montar?

Uma das questões mais importantes relacionadas ao diabetes é a hipoglicemia, queda severa do nível de glicose no sangue. Quando ocorre, pode causar tonturas e não ser restabelecido, pode haver convulsões e risco de vida.

O que pode prevenir esta situação?

• Não saia de casa sem o seu estojo de segurança: pode conter lanches, de preferência saudável (frutas, sucos naturais, vegetais), para que não passe longos períodos sem comer, eventual medicação (geralmente sob refrigeração) e dispositivo de medição de glicemia
• Eleger uma pessoa de confiança para auxílio em caso de emergências (bem como deixar a gestão consciente): alguém que trabalha na mesma equipe, tenha alguma familiaridade com a doença e saiba onde está armazenado o material necessário

Como vimos, os sintomas do diabetes podem causar algum desconforto (sobretudo no tipo 1). Portanto, é importante que pelo menos as pessoas saibam desta condição. Uma última dica: procure manter a atividade e o movimento ao longo de todo o dia de trabalho, o que é muito benéfico para a circulação.

Mitos e verdades

Chegamos ao plantão de dúvidas do artigo, aquele assunto que ainda não foi abordado pode aparecer por aqui!

1. O pré-diabetes é reversível.

Correto. 

Ainda nesse estágio inicial, é possível baixar os níveis de açúcar no sangue, proporcionando transformações no estilo de vida (eventualmente com o uso de medicamentos) e evitando o risco de diabetes. Então, enfatizamos a importância de realizar exames preventivos regulares: glicemia, hemoglobina glicada, urina etc.

2. O consumo de álcool e tabaco está relacionado a quadros de diabetes.

Verdade.

Ambos atuam na elevação e queda dos níveis de açúcar no sangue, bagunçando o índice glicêmico e a resistência à insulina, podendo abrir espaço para o diabetes se instalar. Os pacientes já divulgados deverão ficar longe das 2 substâncias.

3. O consumo é proibido para pessoas diabéticas.

Mito.

Trata-se muito mais de uma questão de bom senso, ou seja, dosar bastante o seu consumo, ao mesmo tempo em que privilegia uma dieta equilibrada. Ainda assim, prefira ingerir algo doce após uma refeição mais leve; não após comer massas ou pizza, por exemplo.

4. Os dentes e gengivas estão em perigo com o diabetes.

Verdade.

A saúde da boca pode ficar mais comprometida. Gengivite e periodontite estão entre as doenças orais com o caminho mais ‘facilitado’.

5. O diabetes se manifesta somente em pessoas com sobrepeso e obesidade.

Mito.

Não necessariamente. Conforme vimos, o diabetes tipo 2 está ligado a esses 2 fatores, os quais não são os únicos. O Brasil é o 6o. país do mundo em casos confirmados de diabetes (IDF). A doença é problemática. Mas mais do que isso, carrega uma série de complicações bastante graves para a saúde.

Agora, com um pouco mais de entendimento, vamos para o Dia “D” de Diabetes? Você pode conferir: há muito que pode ser feito, geralmente o básico (dieta balanceada + exercícios) é capaz de uma grande transformação, para prevenir e lidar de uma maneira mais eficaz com o diabetes. Inclusiva, disseminar campanhas educativas e de conhecimento.

Aprenda, repasse e aplique em sua vida. A vida pode ser doce (com um pouco de moderação)!