O ser humano é dotado da capacidade de gerar e conceber uma nova vida, um dos gestos de maior responsabilidade e entrega que conhecemos.
A opção de declarar-se doador de órgãos e tecidos pode influenciar diretamente na possibilidade de salvar, prolongar ou dar uma nova perspectiva de vida a familiares ou pessoas que aguardam por um transplante.
Ainda um tema delicado, felizmente vem sendo transformado em uma prática mais comum, muito em função da propagação de informação de qualidade, a qual ainda reserva bastante espaço para atingir maiores níveis.
O Brasil ocupa um posto intermediário no cenário mundial de doações de órgãos, mas vem apresentando sucessivos aumentos nos índices de transplantes concluídos. É interessante observar que, nos últimos oito anos, de 2010 a 2017, a taxa de doadores efetivos cresceu 69%.
Dois fatores equivalem-se em importância e são reconhecidos como responsáveis por esse incremento verificado. Tanto as taxas de notificação de potenciais doadores, bem como de efetivação da doação, registraram avanço. Neste panorama, o serviço integrado de inteligência e compilação de dados atualizados faz toda a diferença. O timing adequado é componente essencial no processo, diretamente associado ao sucesso de um transplante.
Apesar disso, segundo o Ministério da Saúde, o índice de recusa das famílias em autorizar os transplantes ainda é alto, chega a 43%.
Segundo a legislação brasileira vigente não existe nenhuma outra forma legal de ser um doador de órgãos que não seja pela autorização expressa da família.
Nesses casos, você não precisa deixar nenhum documento escrito e assinado, bastando manifestar o seu desejo para que a família o cumpra.
Mesmo que você tenha manifestado o desejo de ser doador, a família pode não autorizar. Se você acredita que seu parente mais próximo pode negar o pedido de doação, você pode passar a procuração de direito de decisão – chamada de curatela – para outra pessoa que você tenha a certeza que vai atender a seu pedido.
Sem a autorização da família, entretanto, nenhuma outra medida é válida e você não poderá se tornar um doador de órgãos.
Políticas de conscientização são fundamentais. E o engajamento contínuo da população, agentes de saúde e classe médica seguramente pode solidificar o progresso alcançado.
Em São Paulo, a Lei nº 15.463, de 18 de junho de 2014, institui o mês de setembro como dedicado especialmente à conscientização em favor da doação de órgãos, mês este que passou a ser conhecido como “Setembro Verde”.
O Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos é celebrado em 27 de setembro.
O principal objetivo desta data é conscientizar a população em geral sobre a importância de ser doador de órgãos, com o intuito de ajudar a milhares de pessoas que lutam por uma oportunidade de salvarem as suas vidas
A doação de órgãos é um ato de solidariedade e marca permanente de humanidade. Uma herança que podemos deixar. É a vida multiplicando-se e transpondo barreiras, florescendo em novas formas e lares.
Seja um doador, mas também um simpatizante desta causa!